sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Ateísmo, pedra angular do marxismo


“Então vocês ainda precisam de um Deus e do seu paraíso para serem felizes? Não podem construir com as próprias mãos a felicidade na terra?”



Assim começa a fala do operário Etienne, na obra Germinal, de Émile Zola. Um comunista convicto, Etienne tenta conscientizar seus colegas de trabalho sobre a importância da construção do “paraíso terrestre” dos operários, mas é praticamente ignorado com as ilusões religiosas a ele apresentadas. Isso demonstra a inércia, e ao mesmo tempo, a descrença no comunismo que a religião pode causar.

O marxismo é, antes de tudo, um movimento ateísta e antirreligioso. Não por razões de ódio ou de crítica a Deus, mas da importância de um secularismo para a construção da consciência operária e do Estado socialista.

Um dos trechos de Marx mais citados é o famoso “a religião é o ópio do povo”, presente no livro Crítica da Filosofia do Direito de Hegel, de 1843. Essa frase, antes de tudo, é apresentada mais como uma crítica ao pensamento de que o homem deve girar em torno da religião, e da ideia propagada de que a religião deve ser o local de procura do homem às explicações. Seguem os trechos:



“O sofrimento religioso é, de uma e de todas as vezes, a expressão do sofrimento real e um protesto contra o sofrimento real. Religião é o suspiro da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, e alma de condições desalmadas. É o ópio do povo.

A abolição da religião como a felicidade ilusória do povo é a demanda por sua real felicidade”.



Assim, Marx pretende afirmar que a real felicidade do homem só poderá ser alcançada com a ausência da religião, um processo opressor da consciência humana. E é justamente este ponto que Etienne compreende, como todo marxista.

A religião, antes de tudo, é a maior influenciadora na descrença no comunismo. Com promessas tentadoras baseadas em metáforas e eventos incríveis, a religião pretende “prometer” e apresentar ao operário a tentadora mercadoria do paraíso eterno, pautada na ideia do sofrimento terrestre como “teste temporário” para se alcançar a alegria no Reino dos Céus. Assim como apontam vários sociólogos, a religião é um agente social que pretende apresentar a imagem enganadora, pois a desolação dos proletários pode ser facilmente acalmada, já que estão ocupados demais ao trabalhar para os demais. Segue o que foi dito por Lenine em 1905, em Novaya Zhizn:



“A religião é uma das formas de opressão espiritual que em todo lugar oprime fortemente as massas populares, muito sobrecarregadas pelo seu perpétuo trabalho pelos outros, por miséria e isolação. A impotência da classe explorada em sua luta contra os exploradores inevitavelmente dá luz à crença numa vida melhor após a morte assim como a impotência do selvagem em sua batalha contra a natureza dá luz à crença em deuses, demônios, milagres, e semelhantes.”



Neste ponto, já podemos compreender que a questão do ateísmo marxista repousa mais na ideia de religião do que de Deus em si, apesar de uma crítica à religião já se assemelha a critica à ideia de Deus, numa perspectiva social. Essa perspectiva social também pode ser trabalhada no burguês, ao crer que, com a religião, pode justificar a exploração de seus funcionários com atos de caridade e doações esporádicas, um dos pilares para a salvação. A caridade religiosa é, antes de tudo, uma legitimação da exploração do proletariado pelo burguês e a aceitação da desigualdade social, perdoada a um preço barato e benéfico para a burguesia. De acordo com Lenine:



“Aqueles que labutam e vivem em miséria durante toda sua vida são ensinados pela religião a serem submissos e pacientes enquanto na terra, e para terem conforto na esperança de uma recompensa celestial. Mas aqueles que vivem do trabalho dos outros são ensinados pela religião a praticar a caridade enquanto na terra, por conseguinte oferecendo a eles uma maneira barata de justificar toda a sua existência como exploradores e vendendo a eles por preço moderado passagens para o bem-estar no céu.”



O ateísmo e a defesa da ideia de um ópio do povo são a pedra angular do marxismo, pois o Estado deve desconstruir a religião para levar os operários a acreditarem em sua força social. Sem a dependência religiosa, o proletariado pode tomar consciência de sua importância e modificar o ambiente de exploração em que vive.

Agora, não pretendo me prender no ateísmo marxista-leninista, e peço que se aprofundem muito neste tema. Mostraremos, a partir de então, como um Estado marxista deve proceder para eliminar a religião do povo e construir a moral proletária como preenchimento desse aspecto.

Durante longos períodos, a Igreja foi o órgão que mais ditou as ordens da sociedade e da política. Na Europa, por séculos a Igreja foi a força legitimadora das desigualdades e da exploração das pessoas, em especial a servidão. O secularismo foi o primeiro passo para a exaltação da preferência pelo homem, onde ele passa a ser seu próprio Sol. A Revolução Francesa começou essa tendência que se espalharia pela Europa na queda das monarquias.

Já na Rússia, desde o século X a Igreja Ortodoxa era a maior força religiosa, seguida pelos evangélicos. Seus ideais de introspecção reforçaram a perca do senso de comunidade e do individualismo, o que não permitiu a união dos trabalhadores até a chegada das ideias marxistas. A propagação das ideias marxistas permitiu que a cultura religiosa fosse suplantada por uma cultura proletária imediatamente após a Revolução de Outubro, O Estado Soviético, assim como qualquer marxista, teve que seguir o caminho de um ateísmo de Estado, buscando eliminar um parasita muito disseminado no mundo, a religião.

De acordo com o historiador Nikolai Dejevsky, “em 1921 mais de metade dos mosteiros da Rússia estava fechada, um número incalculável de igrejas tinha sido destruído ou transformado em prédios seculares”. Numa ação rápida, a União Soviética conseguiu poupar dinheiro com obras, necessário para a época, com a substituição de igrejas por prédios seculares como clubes sociais, cinemas, mercados e até silos de grãos. Isso permitiu que com os próprios componentes da religião ela pudesse ser eliminada.

Baseados no pensamento de Marx e Lenine, os soviéticos também se utilizaram de armas da própria religião para acabar com ela e valorizar o proletariado. Um dos melhores exemplos dessa política é o “batismo soviético”, que de acordo com Dejevsky tinha o objetivo de juramento de fidelidade ao regime, e da dedicação e estudo da teoria comunista.

Outros Estados seguiram essa tendência, como a Albânia, a China, o Camboja e o Afeganistão. Por isso o ateísmo de Estado é tão importante para o marxismo, promovendo uma ação a favor do próprio proletariado. A religião só promove a inércia e a aceitação passiva das atuais condições de exploração, numa teoria de libertação a partir de atos fracos e calados, e abandono da ideia de revolução com a crença no mundo superior.

Ao aniquilar a religião, o proletariado estará ajudando a si mesmo. O ateísmo no marxismo permite a libertação da atitude contrarrevolucionária, e qualquer aliança com movimentos religiosos de qualquer tipo se apresenta como uma desfiguração completa do marxismo.

Portanto, podemos dizer que é um processo de “desintoxicação social”, uma tentativa de eliminar o ópio do povo, um dever do socialismo. Todo Estado socialista deve obter essa política social, levando à população a confiança em seu próprio poder, em sua força social modificadora das estruturas e das explorações.

Esse também é um passo que outrossim devemos levar como principal no comunismo, pois a militância ateísta é tão importante quanto a comunista. A abolição de crenças leva à libertação proletária. Como disse uma operária do mesmo livro citado no início deste texto: “Quando a justiça está do meu lado, luto até morrer. Que diabo! Nós também temos direito a um pouco de bem-estar!”.

Cidade socialista na espanha é imune a crise


A única cidade espanhola que não está em crise é uma cidade socialista: chama-se Marinaleda, cidade da Província de Sevilla, região de Andalucia, no sul da Espanha, é um oásis de prosperidade e tranquilidade em meio à dramática crise que acontece no resto do país. A situação de Marinaleda, socialista, contrasta com o resto da Espanha, capitalista, mostrando claramente à superioridade do sistema socialista.

Há 33 anos (desde 1979) a cidade é governada por um prefeito comunista que tem sido re-eleito sucessivamente, é o prefeito mais antigo da Espanha e também foi o prefeito mais jovem do país quando foi eleito pela primeira vez. Seu nome é Juan Manuel Sánchez Gordillo (homem que está na foto da publicação).

Em Marinaleda o desemprego é entre 0% e 4%, num país onde o índice de desemprego supera os 25%. A criminalidade da cidade socialiista espanhola é nula, tanto que sequer existe policia na cidade, não precisam disso. A prefeitura também jamais teve que aplicar uma multa sequer (desde que o prefeito comunista assumiu o cargo). As decisões da prefeitura são tomadas em assembleias populares. E a especulação imobiliária não existe. Enquanto que no resto da Espanha a hipoteca de uma casa custa em media 1000 euros ao mês, em Marinaleda sai por 15 euros ao mês. Na cidade, o prefeito ganha o mesmo salario que o resto dos trabalhadores da cidade. Marinaleda mostra o contraste entre uma cidade próspera, governada pelo sistema socialista, e um país neoliberal decadente e em crise, com pessoas endividadas, com altos índices de desemprego e gente sendo retirada das suas casas porque sequer tem como pagar a hipoteca. Se na cidade estão bem apesar da crise no resto do país, imagina então se o país não estivesse em crise.

Em Marinaleda, o prefeito substituiu a foto do rei da Espanha (que habitualmente decora os gabinetes de prefeitos pelo país afora) pelo retrato de Che Guevara, o ídolo do prefeito. O prefeito também participa das ocupações de terras ociosas e faz greve junto com os demais trabalhadores, além de já ter invadido bancos e até o palácio do governo. O prefeito comprou uma assinatura da TV a pago e a distribuiu para todos os habitantes da cidade porque entende que a cultura e informação deve ser gratuita e acessível à todos.

Houve uma época em que o prefeito de Gordillo ocupou com os demais habitantes as terras de um latifúndio durante 12 anos até expulsar o latifundiário da cidade. O latifúndio então foi entregue aos trabalhadores para uso coletivo.

Cuba vs. Estados Unidos - Dados comparativos


Os dados que vocês vão ver, estão hospedados no site oficial da CIA (citado mais abaixo) e são dados oficiais, além de reconhecidos pelos estados citados e pela assembléia da ONU. São dados comparativos para tomarmos nossas decisões ideológicas sem depender de uma "formadora de opinião", sendo os dados livres de manipulações. Peço que prestem bem a atenção e apreciem com senso crítico e à cima de tudo, tenham calma ao criticarem os dados ou as políticas socioeconômicas apresentadas, para não ofenderem outras opiniões. Boa leitura!



Estados Unidos:

Taxa de crescimento populacional: 0,899% (2011 est.)

Taxa de nascimento: 13,68 nascimentos/1.000 habitantes (2011 est.)

Taxa de mortalidade: 8,39 mortes/1.000 habitantes (July 2011 est.)

Taxa de mortalidade infantil: total: 5,98 mortes/1.000 nascimentos 
homens: 6,64 mortes/1.000 nascimentos 
mulheres: 5,3 mortes/1.000 nascimentos (2011 est.)

Expectativa de vida no nascimento: população total: 78,49 anos 
homens: 76,05 anos 
mulheres: 81,05 anos (2011 est.)

VIH/SIDA - taxa de incidência da população adulta: 0,6% (2009 est.)

VIH/SIDA - habitantes infectados com VIH/SIDA: 1.2 million (2009 est.)

VIH/SIDA - mortes: 17.000 (2009 est.)

Taxa de alfabetização: população total: 99% 
homens: 99% 
mulheres: 99% (2003 est.)

Taxa de mortalidade materna: 24 óbitos / cem mil nascidos vivos (2008)

Crianças menores de 5 anos abaixo do peso normal: 1,3% (2002)

Gasto com saúde: 16,2% do PIB (2009)

Densidade de médicos: 2,672 médicos / 1.000 habitantes (2004)

Leitos hospitalares per capita: 3,1 leitos / 1.000 habitantes (2008)

Obesidade - taxa de incidência da população adulta: 33,9% (2006)

Produto Interno Bruto (PIB) - Taxa de Crescimento Real: 1,5% (2011 est.) 
3% (2010 est.) 
-3,5% (2009 est.)

Força laboral: 153,6 milhões 

Taxa de desemprego: 9% (2011 est.) 
9,6% (2010 est.)

Taxa de desemprego juvenil: população total (15-24 anos de idade): 17,6% 
homens: 20,1% 
mulheres: 14,9% (2009)

População abaixo do nível de pobreza: 15,1% (2010 est.)

Renda o consumo da unidade familiar por porcentagem: 10% mais pobre: 2% 
10% mais rico: 30% (2007 est.)

Taxa de inflação (preços ao consumidor): 3% (2011 est.) 

Taxa de crescimento da produção industrial: 4,1% (2011 est.)

Orçamento militar - porcentagem do PIB: 4.06% em GDP (2005 est.)



Cuba:

Taxa de crescimento populacional: -0,115% (2011 est.)

Taxa de nascimento: 9,96 nascimentos/1.000 habitantes (2011 est.)

Taxa de mortalidade: 7,52 mortes/1.000 habitantes (July 2011 est.)

Taxa de mortalidade infantil: total: 4,83 mortes/1.000 nascimentos 
homens: 5,19 mortes/1.000 nascimentos 
mulheres: 4,45 mortes/1.000 nascimentos (2011 est.)

Expectativa de vida: população total: 77,87 anos 
homens: 75,61 anos 
mulheres: 80,27 anos (2011 est.)

VIH/SIDA - taxa de incidência da população adulta: 0,1% (2009 est.)

VIH/SIDA - habitantes infectados com VIH/SIDA: 7.100 (2009 est.)

VIH/SIDA – Mortes: 100 (2009 est.)

Taxa de alfabetização: população total: 99,8% 
homens: 99,8% 
mulheres: 99,8% (2002 est.)

Taxa de mortalidade materna: 53 óbitos / cem mil nascidos vivos (2008)

Crianças menores de 5 anos abaixo do peso normal: 3,9% (2000)

Gasto com saúde: 11,8% do PIB (2009)

Densidade de médicos: 6,399 médicos / 1.000 habitantes (2007)

Leitos hospitalares per capita: 5,9 leitos / 1.000 habitantes (2009)

Obesidade - taxa de incidência da população adulta: 11,8% (2002)

Produto Interno Bruto (PIB) - Taxa de Crescimento Real: 1,5% (2010 est.) 
1,4% (2009 est.) 
4,1% (2008 est.)

Força laboral: 5,3 milhões 

Taxa de desemprego: 1,4% (2011 est.) 
1,6% (2010 est.)

Taxa de desemprego juvenil: população total (15-24 anos de idade): 3,1% 
homens: 2,8% 
mulheres: 3,5% (2008)

População abaixo do nível de pobreza: Não há pessoas abaixo da linha da pobreza em Cuba (%) - (2010)

Renda o consumo da unidade familiar por porcentagem: 10% mais pobre: Todas as famílias de Cuba consomem igualitariamente (%) 
10% mais rico: Não há diferenças de classe em Cuba, portanto todos consomem a mesma quantidade (%)

Taxa de inflação (preços ao consumidor): 2,9% (2010 est.)

Taxa de crescimento da produção industrial: 3,2% (2011 est.)

Orçamento militar - porcentagem do PIB: 3.8% em GDP (2006 est.)




Fontes: CIA World Factbook - A menos que indicado de outra maneira, todas as informações estão nessa página, perto do dia 1º de Janeiro de 2011 (ou entre as datas que foram anunciadas as pesquisas, indicadas em frente aos dados).

O socialismo cubano: Triunfo de nossas utopias


Muito pergunta-se “o que é o socialismo?” ou “o socialismo deu certo?”. Para responder a essas perguntas, devemos fazer uma analise baseada na questão central do movimento socialista: as condições de vida da classe trabalhadora. E para fazer tal analise mais corretamente, seria prudente comparar as condições de vida da classe trabalhadora entre ummodelo socialista e um capitalista. Para fazer minha analise, compararei as condições de vida do operariado de Cuba e do Brasil, um regime socialista e outro capitalista.

Enquanto no Brasil 6% da população esta desempregada, em Cuba esse numero não chega nem a 1,5%. Parece pouco, mas se considerarmos as dimensões populacionais brasileiras, vemos o descaso que é por parte do governo brasileiro com a população mais pobre, que fica relegada, assim, para a posição de lumpemproletariado.

Talvez lumpemproletariado poderia ser considerada, também, a população que vive abaixo da linha da pobreza. No Brasil, ela representa 21,4% da população, enquanto em Cuba, 3%. Disso depreende-se que, da população pobre brasileira, uma grande parcela vive em condições sub-humanas. No entanto, da população cubana – nação que conta com muito menos industrialização do que o Brasil – apenas 3% encontra-se nessas condições.

A população pobre, em Cuba, encontra mais facilidades para comprar produtos do que a brasileira, visto que tem uma taxa de inflação mais baixa. E encontra bem mais facilidades para ser atendida caso doente, visto que há cerca de 6 médicos para cada mil habitantes em Cuba, contra cerca de 2,5 médicos para cada mil habitantes no Brasil.

Em suma, a população mais pobre cubana desfruta de uma vida confortável, com baixas taxas de inflação, acesso a hospitais, e a emprego. As classes mais baixas, nos países capitalistas, não desfrutam desses direitos. Em Cuba desfrutam. A isso chamamos socialismo.
(Fontes: ONU, UNICEF, IBGE, FENAFAR, etc.)

Viva Cuba!
Viva o socialismo!


OBS: A partir de 2010 foi extinta a taxa de pessoas abaixo da linha de pobreza, isto graças a varios programas do governo.(Fonte: ONU)

Aos 86 anos, Fidel é candidato a deputado em Cuba


O ex-presidente Fidel Castro, com 86 anos, foi nomeado candidato a deputado da Assembleia Nacional de Cuba na eleição geral marcada para fevereiro.

"O líder da Revolução Cubana, Fidel Castro Ruiz, encabeça a lista dos 25 candidatos ao parlamento cubano pelo município de Santiago de Cuba aprovada pelos delegados", anunciou um noticiário da televisão estatal cubana.

Castro foi eleito deputado nas últimas eleições gerais cubanas, em janeiro de 2008. Dias depois, a imprensa cubana publicou uma carta na qual ele afirmava que não seria candidato a presidente do Conselho de Estado(1), cargo que ocupava desde 1976; até esse ano, Cuba não teve presidente, mas primeiro-ministro, posto que Fidel Castro ocupou de 1959 a 1976.

Neste domingo, reuniram-se os delegados municipais das Assembleias do Poder Popular, eleitos em outubro passado; foram eles que propuseram as listas de candidatos para as eleições às Assembleias provinciais e à Assembleia Nacional. Caberá à Assembleia Nacional a ser eleita em fevereiro escolher os membros do Conselho de Estado, que por sua vez nomearão o novo presidente do país(2).

O presidente atual de Cuba, Raúl Castro, irmão de Fidel, também foi nomeado candidato a deputado nas próximas eleições. As informações são da Associated Press.


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Notas de rodapé

(1) - O Conselho de Estado é um grupo formado por deputados parlamentares que na prática são o poder executivo. O queseria a tarefa de um presidente no Brasil, é tarefa de vários deputados parlamentares em Cuba, esse grupo de parlamentares é denominado como "Cconselho de Estado". O cargo de presidente do conselho de Estado carrega notavel influência o resto do executivo, porém não tão quanta um cargo de presidente num executivo como no Brasil.

(2) - Para chegar a ser presidente do conselho de Estado, é necessário ser eleito em eleições diretas pelo povo como deputado, e após isso, deve ser eleito pela Assembleia Nacional eleger os membros do Conselho do Estado, que após isso, nomeiam o presidente, isso é, para ser presidente em Cuba, mesmo que um presidente não seja tão mais influente quanto o resto dos membros do conselho, ele terá de passar por inumeros "filtros" eleitorais.

American Idiot


"USA! USA! USA!" É o brado ressonante que retumba nos comícios eleitorais de Obama e Romney. O inchado e entediante patriotismo estadunidense. O alienado e pedante patriotismo estadunidense. O qual se baseia em... Nada.

Do que eles se orgulham tanto? Do imperialismo explorador sob os países subdesenvolvidos? Do embargo econômico genocida a Cuba? Dos "golpes democráticos" no mundo árabe? Das bombas atômicas de Hiroshima a Nagasaki? Das tentativas de golpe na Venezuela? Do apoio às ditaduras militares nas décadas de 70 em toda a América Latina? Da guerra do Afeganistão? 

Os EUA são um país muitíssimo interessante, de fato. São a maior economia do mundo. São países com mais armas do mundo também. Mas por que isso entope de orgulho os norte-americanos? A resposta é simples: alienação! A mídia sul-americana é uma criança mal-criada de 5 aninhos de idade comparada à dos EUA.
Eles podem ser a maior potência econômica, mas são os “vice-campeões” em pobreza infantil, atrás apenas da Romênia, entre os 35 países mais desenvolvidos. Quarenta por cento da riqueza do país está concentrada em menos de 1% da população. Quarenta e sete milhões de norte-americanos vivem abaixo da linha da pobreza. Atualmente, há 13 milhões de desempregados no país. Estima-se que mais de 5 mil pessoas vivam em barracas, ou seja, são sem-teto, não tem nenhuma casa.[1] E 22% das crianças vivem no limiar da pobreza. [2]

Os EUA são o país com mais porcentagem de sua população encarcerada, estando mais de 7 milhões de pessoas presas ou em liberdade condicional. Para visualizar melhor, Os EUA representam 5% da população mundial, mas têm 25% da população carcerária do mundo. [3] E 40% dos prisioneiros são negros, sendo que os negros compõem apenas 13% da população norte-americana.

Apesar de ser a maior economia, tendo 15 trilhões de reais de PIB (seguido pela China com 11 trilhões), ocupa a 33º posição no ranking de educação. [4]  Cuba, com um PIB um pouco maior que 50 bilhões de dólares, ocupa a 14º posição.

Os EUA têm um sistema eleitoral totalmente indireto. Se você, brasileiro, reclama do nosso sistema eleitoral com coeficiente partidário, iria odiar o sistema americano. Lá, os Estados têm delegados de acordo com sua população. Se um candidato obtiver maioria em um estado, o que vai contar para sua eleição é o número de delegados do Estado (Colorado, Flórida, Nevada, etc.). Os delegados, inclusive, são os únicos que escolhem quem pode ser eleito para presidente. Para fins de comparação: na terrível ditadura cubana, quem indica os candidatos a deputado é o próprio povo que elege. O próprio Fidel, ditador, precisava ser eleito deputado com mais de 50% dos votos válidos para poder assumir a presidência.

O aspecto político eleitoral norte-americano é bipartidarista. Apesar de ter vários partidos, a população é totalmente dominada pela dobradinha Republicanos-Democratas. Não é um bipartidarismo imposto, como foi a nós na ditadura brasileira. É um bipartidarismo consciente, “democrático”. Ou, de certo modo, imposto pela extrema alienação midiática norte-americana.

Lá, o lobby é permitido por lei (!), ou seja, representantes de grandes empresas podem ir até um senador ou deputado e convencê-lo a votar a favor de uma lei que beneficie tal empresa, ou votar contra uma lei que prejudique outra empresa. Não se pode subornar o deputado ou senador, mas há brechas. O “lobbysta pode oferecer uma quantia para a ‘fundação de caridade’” do deputado...

Cento e vinte e cinco pessoas morrem por dia por não poderem pagar plano de saúde. Aliás, devido a gigantesca alienação estadunidense, serviços públicos são vistos como ideologia comunista. Eles acham errado o governo dar saúde pública, mesmo que 50 milhões deles não tenham nenhum acesso à saúde. [5]

Todos os imigrantes são, acredite se quiser, obrigados a jurar não serem comunistas ou anarquistas. Se responder sim, então eles te caracterizarão como “pessoa de fraco caráter moral” e será proibido de viver ou trabalhar lá. [6]

Eles têm a pior história de genocídio indígena do mundo. Cerca de 10 milhões de indígenas foram mortos desde a independência. Entre 1940 e 1980, 40% das mulheres das reservas indígenas foram esterilizadas contra sua vontade pelo governo. E ainda por cima, os que restaram, foram obrigados a viver em reservas de solo infértil, em lixeiras nucleares ou com solo contaminado. [7]

São o único país da OCDE a não dar seguro maternidade, e em alguns casos, a mulher não tem nem como faltar sem ser descontada na folha de pagamento. [8]

Vamos repassar: bipartidarismo imposto por alienação midiática, extrema desigualdade social e econômica, lobby permitido por lei, grande quantidade de encarceramento, baixo nível de educação (apesar da grande quantidade do PIB), maior quantidade de armas, sistema eleitoral completamente indireto. Assistência estatal inexistente, até para casos de maternidade. Genocídio indígena e esterilização forçada. O que isso parece? Uma ditadura! Uma ditadura capitalista! O capital está forçando pessoas a morrerem de fome, a fazerem acampamentos de miseráveis apenas para manter sua qualidade de “livre”. E, ainda por cima, sustentado pelo imperialismo.

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Notas de Rodapé
1 - http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,conheca-os-acampamentos-da-miseria-nos-eua-pais-mais-rico-do-mundo,836286,0.htm
2 - http://feedingamerica.org/hunger-in-america/hunger-facts/child-hunger-facts.aspx
3 - http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u102648.shtml
4 - http://marivalton.blogspot.com.br/2012/10/cuba-em-14a-melhor-educacao-do-mundo.html
5 - http://news.harvard.edu/gazette/story/2009/09/new-study-finds-45000-deaths-annually-linked-to-lack-of-health-coverage/
6 - http://www.thakerlaw.com/naturalization/
7 - http://www.ratical.org/ratville/sterilize.html
8 - http://www.huffingtonpost.ca/rachel-ryan/maternity-leave_b_1569586.html?just_reloaded=1