domingo, 6 de janeiro de 2013

Afinal, quantos milhões o "comunismo" matou?

Por Vladimir Tavares

Desde muito jovens muitos são aqueles que ouviram falar de "milhões de vítimas do comunismo". Traduzindo uma campanha terrorista muito bem orquestrada, livros, filmes, sites, documentários, matérias jornalísticas, revistas e outros meios de comunicação impõem à população o anticomunismo como ideologia dominante, um dogma de fé inquebrantável e inconteste, uma espécie de "verdade eterna e absoluta", algo que, segundo F. Engels, filósofo alemão existe apenas para "as bestas e os charlatões".

O mito dos "milhões de mortos do comunismo", entretanto, carecem de uma premissa básica da acusação, diccere et non probare est non diccere, isto é, dizer algo e não prová-lo, é como nem dizê-lo, e, assim, eles carecem de algo essencial: provas. Não fosse o absurdo dos números, nitidamente oriundos da "imprensa amarela"(para usar o termo original cunhado por seu pai, William Hearst), há ainda a famosa técnica de Goebbels, de repetir uma mentira até que ela se torne verdade. O grande problema dos anticomunistas, além do ridículo dos números, que refletem seus surtos psicóticos, é que eles mesmos se contradizem entre si.

Pesquisa de Marcelo Ricardo e Cristiano Alves comprovam o ridículo dos "milhões de mortos do comunismo", que, sob o crivo de "historiadores" que mais parecem ex-toreadores, ganharam alguma força nas academias, publicações enciclopédicas e na ideologia burguesa de uma forma geral.

- O "comunismo" matou entre 1 e 3 milhões
CONQUEST, Robert. The Harvest of Sorrow. Citado em http://www.battleswarmblog.com/?tag=robert-conquest

- O "comunismo" matou 20 milhões
MONTEFIORE, Simon Sebag. Stalin: The Court of the Red Tsar. pp. 649

- O comunismo matou 45 milhões
Por Frank Dikotter, citado em http://www.battleswarmblog.com/?tag=robert-conquest

- Esquerda matou 100 milhões

- Esquerda matou 110 milhões

- Esquerda matou 180 milhões

- Esquerda matou 200 milhões

- Esquerda matou 300 milhões
Além do blog do Noblat, site Terra, sites neonazistas, A Verdade Sufocada do coronel Ustra...


Como fica evidente, nem mesmos os anticomunistas entram em acordo entre si, além de não terem quaisquer dados estatísticos, contam corpos como quem conta nota de 3 reais. É possível dar alguma credibilidade aos autores que seguem esta linha historiográfica?

É um fato universalmente aceito que a Revolução Russa de 25 de outubro(7 de novembro) de 1917 produziu um número muito baixo de mortes, menos do que aquelas demonstradas no filme "Outubro", de Sergey Einsenshtein, muito menos mortes do que a Revolução Francesa, de 1789 ou a Revolução Americana de 1776. A guerra civil, entretanto, produziu um número de cerca de três milhões de mortos, uma vez que se tratou da intervenção de quatorze países imperialistas contra a Rússia bolchevista. Alegar que "o comunismo matou" pessoas que foram em realidade mortas pelos interventores, assim como a fome resultante dessa guerra, é uma alegação indigna de qualquer credibilidade.

Este é o funcionamento do "catecismo anticomunista", tão verdadeiro quanto notas de três reais. O curioso é que mesmo com o "fim do comunismo" não apregoado pela ideologia dos exploradores do povo, a cada ano aparecem novas "vítimas do comunismo", sempre na ordem de milhões, 5, 10, 20... Não é de se admirar se dentro de 10 ou 20 anos, quando o século XX já terá sido esquecido pelas novas gerações, encontrarmos livros falando em "500 milhões" ou "1 bilhão" de vítimas do comunismo. Há ainda casos clássicos como o da China, que é sempre "comunista", quando se trata de criticá-la, porém "capitalista" na hora de elogiá-la.

Assim é a desonestidade da propaganda anticomunista, absurda para qualquer pessoa racional, mentirosa, frente às estatísticas e impossível, frente à demografia populacional. Denunciar a farsa anticomunista, ideologia nefasta e terrorista, é uma tarefa importante para todos aqueles que defendem uma sociedade livre, democrática e racionalista, que condenam a ignorância e o medievalismo inquisitório de propagandistas.


Fonte: A Página Vermelha

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